Leandro da costa
Camiseta
2003
Vidro temperado transparente
70 x 70
Ao contrário dos cacos que são formas finais, resultado último, resolução de um drama; esses desenhos são intervalo móvel no tempo: evoluem, crescem, desenvolvem-se e se ramificam. Evidenciam a instabilidade da superfície em que ocorrem; denunciam o momento de desequilíbrio; desvendam um processo em andamento, um movimento em curso. A ruptura, que em outros casos se dá de um golpe, é aqui ilustrada passo a passo. Talvez por resultarem da contração e dilatação da matéria, dilatam também o tempo igualando-o aos corpos onde se instalam. São reflexo e prenúncio. Presságios. E instauram um estado de alerta, de espera silenciosa pelo desenrolar da narrativa e seu desfecho. Pelo desabamento, pela avalanche, pelo trovão, pela chuva.
Carla Zaccagnini 2006 - sobre trabalho do artista plástico Leandro da Costa